Governo vai replicar projeto piloto do Gerês para recuperar áreas ardidas no Douro Internacional e Montesinho

Este é um dos projetos do ZASNET – Agrupamento de Cooperação Transfronteiriça – que em janeiro passado reuniu com as forças vivas da região para replicar no território o projeto piloto de prevenção e combate a incêndios desenvolvido no Parque Natural da Peneda do Gerês (PNPG).
Por resolução de Conselho de Ministros (n.º 167/2017), o Governo decidiu replicar em cinco áreas protegidas do país (Parques Naturais do Douro Internacional, Montesinho, Tejo Internacional, Monumento Natural das Portas do Rodão e Reserva Natural da Serra da Malcata) o projeto piloto de prevenção de incêndios florestais já implementado e com resultados positivos no Parque Natural da Peneda do Gerês.
Este projeto já tinha despertado a atenção do ZASNET, entidade gestora da Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica, que em janeiro passado promoveu o primeiro encontro de trabalho com diversas entidades, para dar início à preparação de um Plano de Prevenção de Incêndios Florestais e de Valorização e Reabilitação de Habitats e Naturais no território português que integra a Meseta Ibérica (Alfândega da Fé, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais). Este primeiro encontro aconteceu em Mirandela e, para além de diversos organismos locais (CIM-TTM, IPB, autarquias e Grupos de Ação Local), contou com a presença de responsáveis do CCDRN e do ICNF, que vieram falar da experiência já desenvolvida no PNPG, também classificado pela UNESCO (Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés). Recordamos que o projeto piloto implementado no Gerês surgiu depois dos incêndios de verão de 2016, que fustigaram de forma dramática aquele território. Os resultados são unanimemente considerados exemplares, pelo que o próprio Conselho de Ministros decidiu usar essa experiência para responder às situações de calamidade vividas em diversas áreas protegidas no verão de 2017.
Esse projeto, que prevê a recuperação dos habitats naturais e das espécies endógenas, pressupõe o envolvimento ativo das comunidades locais, numa filosofia de cogestão e relação de proximidade e cooperação, pressupostos sem os quais o projeto não terá sucesso.
Das medidas especificas aprovadas para o Douro Internacional e Montesinho constam, entre outras, a criação de faixas de gestão de combustíveis e limpeza de trilhos, controle das espécies exóticas, restauro, conservação e aumento de habitats prioritários, no caso do Douro Internacional, especialmente de azinheiras e zimbrais, e execução de ações de arborização e rearborização de espécies autóctones.
Em Montesinho acresce uma preocupação com a valorização do habitat do lobo ibérico numa área de cerca de 200 hectares, no Douro Internacional a preocupação com a manutenção de campos de alimentação de aves necrófagas.
Estão previstas ações de sensibilização e educação ambiental e a contratação de equipas de cinco elementos para as acções de prevenção previstas nos projectos, uma equipa para o Douro Internacional, duas equipas para Montesinho.
Estes planos têm três anos de implementação, com um orçamento total de 875 mil euros para o Douro Internacional e 1,3 milhões de euros para Montesinho.
O financiamento é assegurado pelo Programa POSEUR e Fundo Ambiental, a responsabilidade de concretização cabe ao ICNF, I.P., com o apoio dos municípios que integram as referias áreas protegidas, respetivamente. 

Data da Notícia: 
11/03/2017