Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO por ocasião do Dia Mundial da Ciência ao serviço da Paz e do Desenvolvimento

10 de novembro de 2017

 

A ciência, a tecnologia e a inovação fornecem respostas essenciais à construção da paz e ao

reforço do desenvolvimento sustentável. É necessária uma ciência integrada para fortalecer a

gestão da água, garantir o uso sustentável dos oceanos, proteger os ecossistemas e a

biodiversidade, lutar contra as mudanças climáticas e as catástrofes e estimular a inovação.

É por este motivo que a ciência, a tecnologia e a inovação estão no centro da Agenda 2030

para o Desenvolvimento Sustentável e do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas. A

UNESCO tem desenvolvido uma abordagem única na promoção da cooperação científica

mundial e simultaneamente encorajado a ação local assente em dois grandes eixos: a

Igualdade de Género e África. Neste espírito, a UNESCO lançou em 2017 um simpósio

internacional e um fórum político inovadores sobre “a educação das raparigas em matéria de

ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM)”, com vista a combater as desigualdades

de género neste âmbito.

A complexidade dos problemas que o mundo contemporâneo enfrenta transcende o quadro

de uma única disciplina. Assim, a UNESCO fez da interdisciplinaridade a pedra angular do seu

trabalho em prol do desenvolvimento sustentável, estabelecendo redes com um grande

número de parceiros, tais como museus, universidades, atores públicos e privados, governos e

ONG’s. Este ano, o tema do Dia Mundial da Ciência ao serviço da Paz e do Desenvolvimento “A

Ciência para o Entendimento Global”, integra a abordagem da UNESCO no desenvolvimento da

cooperação científica entre e dentro das sociedades, combinando a sustentabilidade à escala

mundial, com o trabalho e o conhecimento à escala local.

Urge agora promover a cooperação Sul-Sul e Norte-Sul-Sul com o objectivo de colocar a

ciência, a tecnologia e a inovação ao serviço do desenvolvimento sustentável e de favorecer o

entendimento mútuo e a paz. Neste contexto, a diplomacia científica será um instrumento

eficaz para colocar a ciência ao serviço de uma cultura de cooperação. O investimento em

educação científica é assim igualmente crucial. Precisamos de garantir a igualdade de

oportunidades no acesso a programas científicos para todos, começando pelos mais jovens, e

prestando uma especial atenção às raparigas.

Neste espírito, apelo a todas as partes interessadas, para além dos círculos científicos, a

mobilizarem-se de modo a atingir todo o potencial das ciências para o desenvolvimento e a

paz.

 

Irina Bokova

Data da Notícia: 
11/10/2017