Cidades, Vilas e Aldeias do Douro Internacional

Miranda do Douro é uma cidade raiana, com personalidade forte, orgulhosa, de comunidades afáveis mas também resilientes. Berço da segunda língua oficial em Portugal, o mirandês, Miranda do Douro é uma terra de tradições singulares, com uma história de luta e afirmação e uma cultura ancestral. A dominar o perfil da cidade, e com vista sobre o canhão do Douro, a Sé Catedral de Miranda é um dos monumentos mais belos do norte de Portugal. Construída no século XVI, o edifício apresenta uma fachada imponente, simétrica, ladeada por duas monumentais torres. Em estilo maneirista, a Sé tem também alguns elementos renascentistas e no seu interior sobressaem o retábulo da capela mor e o cadeiral do Coro do Cabido da Sé Catedral. Nas traseiras da Sé, situam-se as ruínas do Paço Episcopal, as arcadas do claustro, com arcos abatidos, e a porta de entra- da, onde estão inscritos os nomes dos bispos. Perto daqui encontra-se a Praça D. João III, a única deste casco velho, que concentra alguns dos principais edifícios da cidade o Museu da Terra de Miranda, um testemunho dos modos de vida no planalto mirandês, os Paços do Concelho ou o Solar dos Ordazes. Do castelo de Miranda, do século XIII, ainda sobram alguns elementos admiráveis, como parte da sua torre de menagem, praça e várias paredes, que sobreviveram a uma violenta explosão do paiol em 1762. Para além deste castelo, observam-se ainda partes da muralha e fortaleza pré-românica erguidas durante a reconquista cristã, que hoje são consideradas as muralhas medievais mais bem preservadas de todo nordeste transmontano. Por entre igrejas do século XVI, como a da Misericórdia ou a de Santa Cruz, Miranda possui ainda várias casas e ruas típicas que merecem atenção. Atualmente, a barragem de Miranda é um dos elementos de maior atração local, até pelo impacto que teve na paisagem das arribas. Pelas suas aldeias há muitos elementos de interesse, como o centro de Valorização do Burro de Miranda, em Atenor, vestígios pré-históricos, castros, elementos da presença romana, casarios típicos ou igrejas como em Aldeia Nova, Picote, Genísio, Malhadas, Palaçoulo ou Póvoa. Vizinha de Miranda, Mogadouro é uma vila aprazível encaixada entre os desfiladeiros do Douro e o vale do Sabor. No centro da vila preserva-se um relevante conjunto patrimonial, com castelo, Igreja Matriz, igreja da Misericórdia, pelourinho, Solar dos Pegados e Convento de S. Francisco. O castelo de Mogadouro foi construído no raiar da nacionalidade, para defender o território das investidas de Leão e dos muçulmanos e a torre de menagem foi erguida pelos templários no século XII. Até ao século XIV foram acrescentados vários elementos góticos na estrutura, que se viria a tornar na residência da importante família dos Távoras. No centro pode-se também admirar a Igreja de S. Francisco, século XVI, que foi construída junto ao convento, as igrejas da Misericórdia, com a sua porta renascentista, e a igreja matriz, de três naves, com uma abóbada gótica na capela-mor e retábulos em talha dourada. Mas algum do património mais relevante de Mogadouro está também disperso pelas suas freguesias, a igreja de Travanca, de Bemposta, a igreja românica de Algosinho, igreja românica e pelourinho de Azinhoso, Monópetro S. Gonçalo (uma obra singular em toda a península em estilo barroco) e o castelo de Penas Roias. Rodeada de verdes montanhas está a vila de Freixo de Es- pada à Cinta. Conta-se que um cavaleiro descansou à sombra de um Freixo, tendo pendurado a sua espada na árvore. Hoje, junto à Igreja Matriz há um freixo que ostenta um forte cinturão em ferro com uma espada. O centro cívico deste pequeno casco é a Praça Jorge Álvares, com os principais monumentos da vila e a sua admirável Torre do Galo, uma das mais belas da Península. A torre ostenta as armas da vila na sua fachada e um parapeito saliente com cachorrada em estilo borgonhês. No terraço ergue-se a torre do relógio, colocada posteriormente e que deu origem à designação de Torre do Galo. Junto, encontra-se a Igreja Matriz, um notável exemplar do estilo manuelino, facilmente percetível no seu belo e elegante portal. No interior de três naves não faltam elementos delica- dos e fascinantes. Os detalhes manuelinos podem ser admirados um pouco por todo o casco, como no belíssimo pelourinho que se encontra em frente aos Paços do Concelho, ou em portadas e janelas. No concelho localizam-se as importantes gravuras rupestres do Mazouco, uma parede xistosa com dois painéis, envolvidas numa paisagem magnífica, que são o primeiro exemplar de arte rupestre ao ar livre do Paleolítico Superior a ser identificado na Europa. Na margem sul do Douro localiza-se Figueira de Castelo Rodrigo, uma pequena e antiga Vila que guarda um património histórico de singular beleza, feito de igrejas, castelos, pelourinhos e pontes. Para se apreciar o património desta região é importante visitar as suas povoações, destacando-se obrigatoriamente a histórica e monumental aldeia de Castelo Rodrigo. Castelo Rodrigo encanta pela harmonia das suas formas, pelas tonalidades e a autenticidade da sua matéria. A torre do castelo ergue-se altaneira sobre o casario. De origens na época da reconquista, de que ainda subsistem as portas de arco que- brado, o castelo sofreu alterações no século XIII, como o acres- cento do balcão, do torreão quadrangular e, posteriormente, fizeram-se reconstruções no século XVI, visíveis nas entradas da Rua da Cadeia. A proteger a aldeia e provavelmente construídas antes da nacionalidade, as muralhas alicerçadas em cubelos semicirculares lembram Ávila. Do conjunto extraordinário do património desta aldeia destacam-se ainda as ruínas do Palácio de Cristóvão de Moura, a cisterna medieval, combinando uma entrada em estilo gótico com outra de influência árabe, um pelourinho quinhentista e a Igreja Matriz, numa transição do românico para o gótico.

Data da Notícia: 
05/30/2025